Caminho de Comadres


    O projeto nasce como uma pesquisa para aprofundar os saberes nesse universo da poética feminina, embasando a criação de um espetáculo teatral d’As Cumade e conta com a orientação da atriz e diretora teatral Lívia Falcão,  da musicista e etnomusicóloga Láis de Assis, e da fotógrafa e videasta Débora Bittencourt.

    Através do mergulho na semântica da ancestralidade e do feminino tão obscurantado pela história oficial, aparentemente coadjuvante nas linhas gerais da cultura, a pesquisa visa desvendar esse lado da história e das trajetórias femininas que pelos interesses patriarcais presentes não foi ao longo dos séculos considerado importante. Lado que, no entanto, remanesce, persiste em existir, e, por vezes, e em atuais tempos, ressalta de suas alcovas. Desse modo, a nível micro mapeamos no Sertão pernambucano “locais de memória” para sediar a pesquisa, acreditando serem locais onde se encontra mais presente essa relação de invisibilidade cultural. A pesquisa acontece em comunidades com uma ligação étnica explícita:  quilombola, cigana e indígena; além te ter como porto conclusivo do trajeto a cidade Ancestrais femininas da linhagem materna da dupla As Cumade, a Cidade de São José do Egito, onde foi apresentado uma performance poético-musical como resultado da pesquisa.
Nessas localidades, como forma de se aproximar das mulheres, forão oferecidas pelas pesquisadoras vivências dentro de uma metodologia arteterapêutica. Também fez parte da metodologia da pesquisa, visitas e entrevistas com mestras da cultura popular, rezadeiras, aboiadoras, contadoras de causos, lavadeiras, beatas, cozinheiras, agricultoras. A pesquisa teve um viés qualitativo e participativo, buscando a memória sócio-individual do feminino que por vezes fica nas entrelinhas da história.

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